O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.
O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está,
A memória das naus.
O Tejo desce de Espanha.
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia.
E para onde ele vai.
E donde ele vem.
E por isso, porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.
Pelo Tejo vai-se para o mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.
O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.
Alberto Caeiro, Poemas Completos, Comp. José Aguilar, Rio de Janeiro, 1972
1. No início do poema afirma-se em sequência: “ O Tejo é mais belo.../O Tejo não é mais belo...” (v.v. 1,2)
1.1. Com base na leitura do texto, apresenta as razões desta mudança da forma afirmativa para a negativa.
2. “E navega nele ainda, (v. 5)/...a memória das naus.”(v. 7)
2.1. Comenta o valor expressivo desta afirmação.
3. “...aqueles que vêem em tudo o que lá não está...” (v. 6)
3.1. Explicita o sentido desta afirmação
4. O texto afirma-se que o “rio da minha aldeia” é mais livre e maior (v. 15).
4.1. Refere o significado desta afirmação, neste contexto.
5. Todo o poema é atravessado pela comparação entre o Tejo e “o rio da minha aldeia”.
5.1. Indica o grau em que se encontram os adjectivos que estabelecem essa comparação. Exemplifica.
6. Dos rios referidos no poema, um é nomeado com um substantivo próprio, o outro com um substantivo comum.
6.1. Justifica esta afirmação com transcrições do texto.
6.2. Relaciona essa diferente nomeação com o significado que cada um dos rios assume no poema.
7. Há um momento do texto em que o Tejo surge associado à procura de uma vida melhor.
7.1. Aponta esse momento e selecciona as palavras que melhor exprimem essa associação.
8. “Quem está ao pé dele está só ao pé dele” (v. 22)
8.1. Analisa o processo de construção do sentido presente neste verso.
9. Refere as marcas características da poesia de Alberto Caeiro presentes no poema.
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