Uns, com os olhos postos no passado,
Vêem o que não vêem; outros, fitos
Os mesmos olhos no futuro, vêem
O que não pode ver-se.
Porque tão longe ir pôr o que está perto –
A segurança nossa? Este é o dia,
Esta é a hora, este o momento, isto
É quem somos, e é tudo.
Perene flui a interminável hora
Que nos confessa nulos. No mesmo hausto1
Em que vivemos, morreremos. Colhe
O dia, porque és ele.
1 Hausto = sorvo, aspiração (neste contexto, metáfora de valor temporal)
Linhas de leitura
1. Explicite as diferentes perspectivas de encarar a vida, confrontadas na ode.
2. Refira o tempo que o sujeito poético valoriza, justificando a sua resposta com referências textuais.
3. Indique os dois pressupostos apontados que justificam a filosofia de vida aconselhada.
4. Identifique e explique a expressividade do recurso estilístico presente no final do poema: «Colhe / O dia, porque és ele.»
5. Atente na afirmação:
Cada escravo transporta consigo a chave para a sua liberdade e felicidade.
Num texto com um mínimo de 80 e um máximo de 120 palavras,fazendo apelo à sua experiência de leitura, explique em que medida a frase acima transcrita se aplica à filosofia de vida defendida por Ricardo Reis.
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