Daniel Fonseca
Nº2 12º2ª
Trabalho de Escrita Recreativa
Não se tivessem os nossos heróis apaixonado pelo sonho e seríamos hoje um país sem história, sem cultura, sem identidade. Será isso que desejais, Velho do Restelo? Terá sido essa a vossa ambição quando praguejastes do cais contra o sonho lusitano?
Todos vós, os que se vêm reflectidos nessa personagem descrente, percebam desde já que não têm qualquer hipótese, lutam contra algo maior do que o próprio Homem. O que se comprometeram a combater é o sonho, aquela força omnipresente que abençoa o nosso povo luso desde os seus primórdios. Esse sonho levou o primeiro dos Afonsos a conquistar a esse povo infiel a cidade capital da nossa nação. Não tivesse sido pelo sonho de onde protestáveis agora?
Esse chá que bebeis quando vos falta a voz de tanto protestar, de onde vem? Das mesmas terras que não quisestes que visitássemos! O sonho acompanha-nos de perto, sempre que inovamos. Mesmo o protesto não brotou do solo! Até vós, que protestais contra o sonho, vos deixais invadir por ele. E em tanto protesto contra o sonho alcançável vos deixais ir mais longe, ao cair na enganosa ilusão de que podeis travar o movimento de uma nação. Essa ilusão, a que vos hipnotiza, essa sim é perigosa, por vos fazer crer que é o sonho que ilude quando na verdade é pela sua força que soltamos amarras para o futuro.
É tanto o que deveis ao sonho, para quê tentar confrontá-lo? Dedicai-vos antes a louvar quem se deixa inspirar por ele. Dai graças ao sonho, afinal de contas é graças a ele que não me dirijo a vós nessa língua desagradável que é o Castelhano! Que chore em uníssono o povo luso no dia em que o sonho nos abandonar, pois nesse dia perde(re)mos a nossa identidade
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