domingo, 27 de janeiro de 2008

Os Castelos « D. João I »

Sétimo (I)
D. João o Primeiro

O homem e a hora são um só
Quando Deus faz e a história é feita.
O mais é carne, cujo pó
A terra espreita.

Mestre, sem o saber, do Templo
Que Portugal foi feito ser,
Que houveste a glória e deste o exemplo
De o defender.

Teu nome, eleito em sua fama,
É, na ara da nossa alma interna,
A que repele, eterna chama,
A sombra eterna.


O poema divide-se em três momentos distintos, correspondendo cada um a uma das quadras que o compõem.
O primeiro em presente do indicativo de valor intemporal, temos o tópico recorrente na Mensagem, o homem como instrumento da vontade de Deus, sem a qual é matéria “ carne” que se converterá a “pó”. O que se lhe exige é que esteja à “ hora” certa em que “ Deus faz a história”.
Na segunda quadra, o epíteto de “ Mestre” permite-nos a identificação do símbolo com o herói histórico Mestre de Aviz, D. João I de Portugal, pai da Ínclita Geração, garantia da nossa independência relativamente a Castela, por isso “ Templo/ Que Portugal foi feito ser”, sem que tivesse consciência da mesma “ sem o saber”. Foi um passado( ver tempos verbais) a considerar como exemplo de instinto de defesa do que é nosso.
No terceiro momento, última quadra, volta-se ao presente do indicativo, é o tempo da memória desse símbolo “ nome” e “ fama” que nos dá a identidade “ nossa alma interna”, metaforicamente, é a nossa “eterna chama” que nos livrou do eterno esquecimento, da nossa inexistência enquanto nação.

Prof. Euclides

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