sexta-feira, 12 de junho de 2009

teste Mensagem ( treino)

ESCOLA SECUNDÁRIA RAINHA DONA LEONOR
POR TUG UÊ S
T E S T E S UM A T I V O (treino)
Ano Lectivo: 2008/2009 Pof: Euclides Rosa


Padrão

1 O esforço é grande e o homem é pequeno
Eu, Diogo Cão, navegador, deixei
este padrão ao pé do areal moreno
e para deante naveguei.

5 A alma é divina e a obra é imperfeita.
Este padrão signala ao vento e aos céus
Que, da obra ousada, é minha a parte feita:
O por fazer é só com Deus.
E ao immenso e possível oceano

10 Ensinam estas quinas, que aqui vês,
Que o mar com fim será grego ou romano:
O mar sem fim é portuguez.
E a Cruz ao alto diz que o que me há na alma
E faz a febre em mim de navegar
15 Só encontrará de Deus na eterna calma
O porto sempre por achar.

Fernando Pessoa, Mensagem

A. Apresente, de forma bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem.


1. Justifique o título do poema, tendo em conta a estrutura da obra em que se integra. (15 Pontos)

2. Explique o primeiro verso, identificando a figura de estilo que o estrutura. (15 Pontos)

2.1 - Registe expressões de valor equivalente. (5 Pontos)

3. Apresente os traços caracterizadores de Diogo Cão, esclarecendo o significado dos dois últimos versos da segunda estrofe. (15 Pontos)

4. Explicite a intencionalidade da afirmação «O mar sem fim é português» (v.12). (20 Pontos)

B. Escreva um texto expositivo-argumentativo com cerca de 100 a 120 palavras a partir da afirmação apresentada, atendendo ao estudo comparativo dinamizado entre Os Lusíadas de Luís de Camões e a Mensagem de Fernando Pessoa. (30 pontos)
«Distanciados quase quatro séculos, Camões e Pessoa sentem os problemas nacionais, cada um à sua medida e de acordo com os contextos históricos e nacionais. (…) A diferença essencial consiste no plano factual: Camões move-se na linha das realidades acontecidas (…); Pessoa, mais na asa do sonho, da imaginação e do desejo.»
J. Oliveira Macêdo, in Sob o signo do Império, Edições Asa, 2002 (Adaptado)






O grande mérito da Europa, e sobretudo dos povos ibéricos, está na exploração sistemática dos oceanos, no traçar pioneiro de rotas marítimas, unindo fracções da humanidade que até então tinham permanecido isoladas umas das outras, e que mutuamente se ignoravam. Concretamente em relação à Ásia, os Descobrimentos Portugueses traduziram-se, em primeiro lugar, por uma revolução geográfica – os navios comandados pelos nossos capitães estabeleceram uma ligação marítima directa entre a Europa e a Índia, unindo pela primeira vez, e definitivamente, mundos que viviam de costas voltadas entre si. Neste sentido, a segunda viagem dos portugueses ao Oriente é emblemática: a frota comandada por Pedro Álvares Cabral largou da Europa, - aportou à América (do Sul), fez escala em África, para finalmente atingir a Ásia – numa só viagem, os pioneiros portugueses estabeleceram a ligação entre quatro continentes, o que dá bem a medida da unificação dos “mundos do mundo” levada a cabo pelos nossos navegadores. Em segundo lugar, os Descobrimentos Portugueses traduziram-se por uma verdadeira revolução cultural: a Europa descobriu a Ásia, de um ponto de vista intelectual. Enquanto na Idade Média apenas vagas notícias sobre a Ásia, filtradas pela enorme distância, chegavam à Europa, cristalizadas em relatos como o Livro de Marco Polo ou as Viagens de John de Mandeville, com a sua chegada à Índia, os portugueses entraram em contacto com uma parcela da humanidade – de que mal suspeitavam a existência; de repente, tiveram de assimilar e incorporar no seu universo mental um vasto leque de povos e sociedades diferentes, com todo o tipo de consequências que essa operação intelectual pode desencadear – desde a alteração da concepção do mundo e da visão do outro, até à transformação de hábitos e práticas sociais. A noção de descobrimento é, pois, limitada; se há um mundo que “descobre” há outro que 2é descoberto”. Seria, então, mais rigoroso falar de encontros civilizacionais – a civilização europeia, ou antes, alguns dos seus representantes meridionais encontram-se, no término de uma longa viagem, face a uma nova civilização, com a qual têm de se relacionar em termos práticos, e que, em termos intelectuais, são obrigados a assimilar. Rui Loureiro, “O encontro de Portugal com a Ásia no século XVI”, in António Luís Ferronha (coord.), O Confronto do Olhar, Ed. Caminho







1. Para cada um dos quatro itens que se seguem, escreva, na sua folha de respostas, a letra correspondente à alternativa correcta, de acordo com o sentido do texto. (30 pontos)

1. O vocábulo «que» (linha 2) introduz :

A. uma oração subordinada substantiva completiva.

B. uma oração subordinada adjectiva relativa explicativa.

C. uma oração subordinada adjectiva relativa restritiva.

D. uma oração subordinada substantiva relativa (sem antecedente).

2. Com o recurso às expressões «em primeiro lugar» (ll.5) e «Em segundo lugar» (linha 12), o autor pretende :

A. utilizar um mecanismo de coesão espacial.

B. indicar uma noção temporal.

C. utilizar um processo de referenciação espacial.

D. usar um processo de coesão enumerativo.

3. O vocábulo «emblemática» (linha 8) desempenha, na frase, a função sintáctica :

A. de atributo.

B. de predicativo do sujeito.

C. complemento directo.

D. de predicativo do complemento directo.

4. O vocábulo «se» (linha 22) assume na frase a classe gramatical de :

A. pronome reflexo.

B. conjunção integrante.

C. pronome pessoal.

D. conjunção condicional.

5. O pronome relativo «que» (linha 26) tem como antecedente :

A. «uma longa viagem» (linha 27).

B. «a civilização europeia» (linha 26).

C. «termos práticos» (linha 28).

D. «uma nova civilização» (linha 27).






6. Para responder, escreva, na folha de respostas, o número identificativo de cada ele-mento da coluna A e a letra identificativa de um único elemento da coluna B que lhe corresponde. (20 pontos)

A B
1. Com o recurso ao vocábulo «Enquanto» (linha 14), a) o enunciador especifica a informação apresentada no segmento textual anterior.
2. Com o uso da conjunção «pois» (linha 22), b) o enunciador apresenta uma ideia alternativa face ao anteriormente dito.
3. Com a utilização do travessão (linha 21), c) o enunciador exprime uma ideia de conclusão em relação ao referido anteriormente.
4. Com o uso da expressão «ou antes» (linhas 24) d) o enunciador apresenta uma justificação relativamente à ideia anterior.

e) o enunciador procura destacar a ideia que expõe em seguida.
f) o enunciador introduz a frase seguinte como um aparte.
g) o enunciador estabelece uma conexão temporal.

GRUPO III

Pelo Sonho é que vamos,
comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.

Basta a fé no que temos,
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e do que é do dia-a-dia.


Chegamos? Não chegamos?
- Partimos. Vamos. Somos.
Sebastião da Gama


Desde o século XVI que descobrimos o sentido da diáspora/ viagem para a descoberta dos outros e sobretudo do que somos.

Produza um texto expositivo-argumentativo entre 250 e 300 palavras onde se posicione sobre a importância da diáspora/ viagem, recorrendo a argumentos fundamentados em dois exemplos significativos.

2 comentários:

Setora disse...

Cá vim dar volta. Trabalheira...
Perderam-se na passagem as linhas do texto "O grande mérito da Europa..." o que dificulta a resposta a alguns dos itens.

Espero retribuição da visita.Basta clicar(!) na "setora" e vais lá ter.
Abraço

Unknown disse...

Boa tarde professor, será que podia enviar a correção deste teste pf?
Obrigada