terça-feira, 8 de abril de 2008

Futurismo de Marinetti ( aula de 4ª feira)

A segunda fase do Futurismo Whitmaniano:

Campos recebe influências do Futurismo de Marinetti e do Sensacionismo De Walt Whitman.
Manifesto Futurista de Marinetti (11 de Março de 1912):
• Deve destruir-se o eu na literatura, isto é, deve abolir-se toda a psicologia (...) substituindo-a pela matéria (...) com os seus impulsos directivos, a sua força de compressão, de dilatação, de coesão e de desagregação, a sua composição molecular ou as suas turbinas de electrões (...) O calor de um pedaço de ferro ou de madeira, é muito mais apaixonante, para nós, que o sorriso ou as lágrimas de uma mulher. Queremos na literatura a vida do motor, novo animal instintivo do qual conheceremos o instinto geral, depois de conhecermos os instintos das diversas forças que o compõem (...) É necessário sentir o peso e o odor dos objectos, coisa que nunca se fez na literatura, ouvindo os motores e reproduzindo os seus especialíssimos discursos inumanos.
• (...) Há necessidade de orquestrar as imagens, dispondo-as segundo um máximo de desordem
• (...) Deve haver uma gradação de analogia cada vez mais vasta, estabelecendo relações tanto mais profundas e sólidas, quanto mais distantes. A analogia nada mais é do que o amor profundo que liga as coisas distantes, aparentemente diversas e hostis. Quando, na minha Battaglia di Tripoli, comparei uma trincheira hirta de baionetas a uma orquestra, uma metralhadora a uma mulher fatal, introduzi, intuitivamente, uma grande parte do Universo num breve episódio de batalha africana. As imagens não são flores para semear e colher com parcimónia, como dizia Voltaire. Elas constituem o próprio sangue da poesia. A poesia deve ser sequência ininterrupta de imagens novas, sem o que será pura anemia (...) É necessário, portanto, abolir na língua o que ela contenha de imagens estereotipadas, de metáforas desbotadas; isto é, quase tudo.
• Necessidade de libertação da sintaxe, dispondo os substantivos ao acaso, de forma espontânea;
• Deve usar-se o verbo no infinitivo, para que se adapte elasticamente ao substantivo e não se sobreponha ao eu do escritor que observa ou imagina (...);
• Deve abolir-se o adjectivo, para que o substantivo nu conserve o seu valor essencial (...);
• Deve abolir-se o advérbio (...) para evitar que ele dê à frase uma fastidiosa unidade de tom;
• Todo o substantivo deve ter o seu duplo, isto é, o substantivo deve ser seguido, sem conjunção, do substantivo a que está ligado por analogia (...);

O Futurismo em Portugal foi um escândalo sociológico. Os jovens futuristas ( Pessoa, Almada Negreiros, Santa-Rita Pintor, entre outros, foram apelidados de “ malucos”, “loucos” mas era isso que eles próprios queriam, “ dar uma bofetada no gosto do público(famoso poema de Maiakovski), rompendo definitivamente com hábitos culturais esclerosados e retrógrados.

“ Um automóvel é mais belo que a Vitória de Samotrácia”
Elogio da civilização industrial e da técnica
Ruptura com o subjectivismo da lírica tradicional
Atitude escandalosa: transgressão da moral estabelecida.

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